Merdas acontecem. Não sei dizer se são causadas pelas
manchas solares, pelo solstício de verão, pela Lua Negra que se aproxima ou se
é devido ao meu retorno de Saturno. É... bem vindos a encruzilhada, pessoal!
Eu passei o último ano vivenciando a Noite Escura da Alma,
tentando aceitar o que os Espíritos jogavam em meu caminho (e jogavam mesmo,
porque era cada pancada na cara e cada rasteira...). Gosto de pensar que eu
tenho me saído bem, mas algumas
perguntas e divagações tem sido permanentes:
Quem sou eu? Quem desejo ser? O que desejo fazer? Qual direção levar
minha vida e Arte? Minha faculdade de agronomia e meus escritos definitivamente
sofreram. Tenho estado tão introspectivo e minhas práticas espirituais têm sido
tão privadas que eu tive alguns problemas em escrever e mostrar alguns
mistérios para o público. Mas, Saturno e eu temos conversado (é bem mais fácil
seguir o Velho do que resistir), me levando, de alguma forma a um esmagamento
de todos os meus medos e divagações que fiquei pensando no por que eu deixei
eles me pararem, para começo de história.
Saturno diz para ser responsável pelas suas coisas e atos: Eu sou um curandeiro e purificador de almas; eu sou vidente que vê o futuro em sonhos, visões, cartas, transe e presságios na natureza; eu sou um herbalista que cultiva, colhe e manufatura curas e venenos; eu sou um Bruxo que comunga com os espíritos dos animais, plantas, minerais e a morte – nesse mundo e nos outros mundos; eu sou um Sacerdote da Luz, das Sombras, Destino, Morte e Sexo. Esse é quem sou agora. Mas, quem eu era antes?
Saturno diz para ser responsável pelas suas coisas e atos: Eu sou um curandeiro e purificador de almas; eu sou vidente que vê o futuro em sonhos, visões, cartas, transe e presságios na natureza; eu sou um herbalista que cultiva, colhe e manufatura curas e venenos; eu sou um Bruxo que comunga com os espíritos dos animais, plantas, minerais e a morte – nesse mundo e nos outros mundos; eu sou um Sacerdote da Luz, das Sombras, Destino, Morte e Sexo. Esse é quem sou agora. Mas, quem eu era antes?
Foi assim que me tornei Bruxo...
Cresci flertando entre o espiritismo, umbanda, catolicismo e protestantismo.
Minha mãe ia a vários centros e terreiros e, todo o Domingos ia à missa. E eu,
a acompanhava. Como diz ela em seu
ditado: “eu não era muito católico”. E não era mesmo. Não acreditava, ou não
queria acreditar que tudo o que existia era aquilo. Um deus todo poderoso e distante,
todo amoroso e que deu às suas crias o livre arbítrio, mas que se estes não
fizessem o que ele queria ganhavam um passaporte sem escalas para a danação
eterna. Ainda mais que eu, desde criança, consegui vislumbrar entre os mundos e
ver o que acontece por lá.
Era uma criança solitária cheia de amigos “imaginários”. Com
o avançar dos anos e em conjunto com a turminha do bairro em que morava,
comecei a freqüentar a igreja evangélica para me enturmar, distrair e me
livrar, nem que fosse por uns instantes, do meu ex-padrasto alcoólatra e
abusivo. Ele até pode ter sido uma pessoa boa sóbria, mas depois da bebida, se transformava:
gritava, humilhava, diminuía, quebrava as coisas que você mais gostava, etc...
E foi na igreja evangélica que conheci o inferno cristão.
É engraçado como a maioria, se não a totalidade, dos
evangélicos são um bando de hipócritas, mentirosos, gananciosos, corruptos,
sexualmente “desvirtuados” e malvados (leia-se diabólicos). Transei com mais
homens (comuns, líderes e pastores) que veementemente advogam contra a abominação da homossexualidade
do que com qualquer homem de outro credo. Credo!
Embora eu continuasse indo para a igreja em busca de
corromper os varões do senhor, foi no meu aniversário de 13 anos, depois de
assistir Harry Potter e a Pedra Filosofal
que me ardeu uma pergunta no espírito: será que existem bruxas de verdade? Logo
que saí do cinema, fui à livraria Siciliano, na seção de ocultismo, pesquisar.
Eu estava de cócoras lendo os diversos títulos quando do nada cai um livro na
minha cabeça: Bruxaria Teoria e Prática
da Ly de Angeles. Como aquele livro era lindo e misterioso! Confesso que quando
o folheei quase não entendi nada. Porém, mesmo assim, estava ali em minhas mãos
a prova cabal de que bruxas são reais.
Comprei esse livro e o mantive por muito tempo guardado,
velado, longe dos olhos dos profanos. Ele era meu arauto de libertação, meu torá,
minha escritura sagrada! Logo depois, ainda vivendo como agente duplo (igreja
evangélica durante os domingos, sexo com cristãos durante a semana e estudos de
bruxaria autodidata), encontrei um livro mais fácil para minha compreensão: ABC da Bruxaria do Claudiney Pietro. Um
livro dedicado ao público infantil. Foi
a partir deste que comecei a compreender melhor o que era Wicca e
Espiritualidade da Deusa. E foi de posse dele que iniciei no caminho dos sábios
meu melhor amigo – Dallan Chantal.
Mas chegou um tempo, juntamente com a maioridade legal, em
que eu estava cansado de toda a podridão e tolhimento da igreja e do meu
ex-padrasto. Foi quando me assumi enquanto gay e bruxo (o relato completo deste
período da minha vida fica para outro momento, pois ele é grande e muito
conturbado). Após longa data de estudos e algumas práticas solitárias,
encontrei em minha cidade, pessoas ditas loucas (ou macumbeiras ) como eu, no
1º Encontro Pagão de Uberlândia. Ah, e foi como um bálsamo descobrir e
vivenciar aquilo que eu vinha lendo por muito tempo. Não muito depois, fui
convidado a participar das reuniões íntimas do grupo chamado Os Amados da Deusa em 25/05/2008. Com o
passar dos anos, o grupo tornou-se um Coven: Tuatha dé Dannan. Foram 5 anos de vivência, práticas, estudos,
encontros públicos, irmandade e magia.
Após esses anos juntos, chegou-se um ponto em nossos
caminhos no qual cada um quis trilhar sozinho sua própria jornada e nesse
momento o Coven adentrou as brumas...
Depois desse período, comecei a estudar outras fontes e autores que não eram wiccanos, espiritualistas ou que pertencessem a outras vertentes da bruxaria que não a europeia. Encontrei pela primeira vez a Bruxaria Tradicional. Os sinos soaram, as borboletas voaram em meu estômago. Era primitivo, misterioso, natural – baseado no folclore e nos contos de fadas que eu amo tanto. Estava perdidamente apaixonado.
Depois desse período, comecei a estudar outras fontes e autores que não eram wiccanos, espiritualistas ou que pertencessem a outras vertentes da bruxaria que não a europeia. Encontrei pela primeira vez a Bruxaria Tradicional. Os sinos soaram, as borboletas voaram em meu estômago. Era primitivo, misterioso, natural – baseado no folclore e nos contos de fadas que eu amo tanto. Estava perdidamente apaixonado.
Essa Arte era tudo o que acreditava e sempre acreditei,
embora não tivesse embasamento algum, naquele momento. Eu amei profundamente o
estilo de bruxaria sombrio, secreto, o demônio na encruzilhada, terra, plantas
e ossos. Fiquei excitado como nunca antes, pois era sexy e mais liberal do que
a subserviência dos outros caminhos mágicos.
Aprendi durante minha jornada que estudar outros caminhos e
crenças adjacentes a sua própria prática e caminho é enriquecedor (sim, saia da
sua zona de conforto; estudo nunca é demais). Estudei Reiki Tibetano (e fui
iniciado), Wicca, Espiritualidade da Deusa, Xamanismo, Khemetismo, Vodou
Haitiano, Hoodoo/Rootwork (ainda estudo e pratico), entre outros. E o interessante é que os elementos comuns
que falaram ao meu espírito dentro da Bruxaria Tradicional estavam presentes
nesses caminhos também: trabalho espiritual, magia simpática, magia folclórica,
culto aos Ancestrais e o trabalho com sangue, ossos, plantas e terras.
Hoje, sou Bruxo, enquanto Sacerdócio e Ofício, e muito mais
animista do que deísta. Peregrinar por todos esses caminhos fora da minha zona
de conforto me permitiu adquirir conhecimentos que complementaram e
enriqueceram minha própria prática, arte e caminho. Eu encontrei paz e
equilíbrio trabalhando com todos os Espíritos, deste e de outros mundos.
De repente, toda poesia, contos de fadas, mitos e símbolos antigos fizeram sentido pra mim em um nível bem profundo, sabe? Como um clique na parte mais primitiva do meu cérebro. Minhas habilidades místicas, mágicas, espirituais e naturais foram fortificadas. Deixei de lado toda descrença e apenas segui com minha intuição e as interações com os Espíritos.
De repente, toda poesia, contos de fadas, mitos e símbolos antigos fizeram sentido pra mim em um nível bem profundo, sabe? Como um clique na parte mais primitiva do meu cérebro. Minhas habilidades místicas, mágicas, espirituais e naturais foram fortificadas. Deixei de lado toda descrença e apenas segui com minha intuição e as interações com os Espíritos.
Merdas acontecem e elas são necessárias para adubar o
caminho. E eu estou feliz e grato por ter trabalhado meus medos e limitações...
Olá, e sinto o chamada para a bruxaria tradicional, é isso que diz minha intuição, gostaria de indicações de livros para estudo. Sinto que não sou wicca, mas algo mais terra, mais natural, eu sou natureza.
ResponderExcluirOlá, Vanis. Alguns livros em língua portuguesa deveras interessantes para iniciantes são: Bruxaria Hereditária, do Raven Grimassi; Bruxaria, Teoria e Prática, Ly de Angeles; Caminhos Pagãos, Gwydion O'Hara; O Ciclo Sagrado, Helen Hawke. Estes conseguem nortear alguns conceitos interessantes e práticas bem legais. Entretanto, os melhores estão apenas em língua inglesa e muitos não possuem PDF disponível para download. Se quiser, podemos ir conversando e trocando algumas idéias. O que acha?
ExcluirOi Nilson, vc tem facebook?
ExcluirSegue o link do meu FB. Mande um ibox pra irmos nos conhecendo melhor. :3
Excluirhttps://www.facebook.com/nilson.pereira.161
Ru Me Perdi No Paganismo Também, Hahahha Agora Sou 1 Pequeno Seguidor Dos Deuses Nórdicos, Adoro Essa Cultura .
ResponderExcluirMitologia e espiritualidade nórdica são maravilhosas. Bençãos na sua Jornada.
ExcluirLindo relato! Parabéns Bruxo!
ResponderExcluirBendiciones del Cuervo y del Aker...
\|/
Meu querido amigo brujo Everson. Gratidão a todos os Deuses, Deusas e Espíritos por poder compartilhar com você experiências e magias.
ExcluirBençãos, bençãos e bençãos!